terça-feira, 28 de setembro de 2010

A triste pena de Calipso


(Ulisses e Calipso - Arnold Böcklin)


Corre, Calipso,
Que em tua ilha chegou outro visitante!
Mas lembra-te de tua pena que nunca mudará,
Também ele, em breve, será uma paixão distante.

Cuida, Calipso,
Dele com todo teu cuidado.
Oferece-lhe tudo, até a imortalidade.
E novamente serás passado abandonado.

Ama, Calipso.
Olha como ele é tudo que esperaste.
A resposta para teus momentos de solidão,
Tanto tempo sozinha... quanto desgaste!

Pede, Calipso.
Implora-lhe que permaneça.
Que olvide todo o resto de sua vida,
De sua família e passado se esqueça.

Deixa, Calipso...
Ele não ficará como nenhum outro ficou.
Tantos passaram e nenhum permanece,
Que ao menos diga: “Em paz me vou!”

Acena, Calipso.
Despede-te de mais um que se vai.
Abençoa-o para que em seu destino chegue,
Que ao menos ele tenha o que não tens: Paz.

Sofre, Calipso!
Senta, pena e chora...
Diferente de qualquer mortal em teus barcos,
Parece que nenhuma das três Parcas te adora.

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