segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Conto de Natal

Lá vem ele chegando... O rei da hipocrisia.
Ah, podem me chamar de amargo, despeitado, sem sentimento, enfim... Adjetivem! Dezembro se resume em um circo no qual o espetáculo principal é a falsidade. Meu Deus, será que eu estou tão distante deste mundo que se encontra a minha volta?
Me aflinge ver todas essas luzes sendo colocadas nas varandas das casas, nas árovores, nos prédios... Começo a ver a carinha do velhinho que dá presentes, enfim... O clima está chegando. E com ele, sempre vem aquele gostinho de não sei o que que escorre pelo canto da minha boca. Participo de confraternizações, troco presentes, sorrisos, abraços, beijos, álcool... Aquelas frases tão verdadeiras como uma nota de três reais ditas a todas as pessoas ao seu redor. Até árvore de natal eu vou montar este ano.
Andei me perguntando o porquê. Será que é pra me sentir um pouco menos melancólico? Pra entrar no clima? Seguir a modinha de quase todos?
Realmente eu não sei porque farei isso este ano. Mas ela já está lá, pronta para ser montada. Esperando sua hora chegar e, com seus ramos servir de abrigo para todos aqueles enfeites que compramos ou temos guardados ano após ano. Sejam bonequinhos, papais noéis, frases, bolas grandes ou pequenas coloridas e as luzes do natal.
Com certeza eu acenderei as luzes e me pegarei várias e várias vezes admirando-as como quando fazia ainda na infância. Ficava tão ansioso para ver a "árvore" montada. Perguntava aos meus pais: Já está na hora da gente ligar? Vamos ligar já! Já está anoitecendo... E ficava ali por longos minutos observando aquele "espetáculo" imaginando mil coisas sobre papai noel...
Falando em todas essas coisas, acabei me lembrando porque voltarei a montar uma árvore e acender as luzes de natal... No fundo, no fundo, espero ter de volta a luz da minha infância para dissipar sabe-se lá o quê, que se instalou em minha vida.

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