quinta-feira, 29 de abril de 2010

Menos com menos...

Blusa vermelha,uma saia estampada um pouco acima dos joelhos e sapatos que eu adoro: all star preto. Vestida desta maneira, se encontrava parada, tímida e aparentemente ansiosa, naquela enorme fila do cinema. Ergueu sua cabeça e seus olhos verdes vieram ao encontro dos meus.

Mais um affair se iniciava.

Dessa vez, um amigo me indicou dizendo: Essa é para casar! E acho que foi por isso que criei tanta expectativa. Já andava meio cansado de tanta curtição, de tentar e tentar sem muito sucesso.

Nós já tínhamos conversado algumas vezes por telefone. Voz dengosa, cheia de manha. Falava pausadamente e eu podia sentir cada sílaba vibrando meus ossinhos. Talvez olhos de Capitu ou, quem sabe, de Iracema. Só tinha certeza que eles escondiam uma vida inteira.

Era apenas três anos mais velha que eu – sim, eu estava conhecendo as mais “maduras” nessa nova fase – mas suas experiências a gabaritavam para muitos anos mais.

- Oi, disse com um sorriso discreto.

- Olá, me respondeu com um sorriso largo. Ainda bem que você chegou porque não gosto de ficar sozinha.

Eu tinha chegado 5 minutos antes do combinado e, naquele momento, percebi que um poço de carência estava diante de mim. Por favor, não concluam que estou querendo ser o sabichão, mas existem coisas pelas quais passamos que nos deixam de antenas ligadas. As minhas eram até demais...

Assistimos a um filme infantil. Durante a película, trocamos algumas palavras e fizemos alguns comentários a seu respeito, bem como daqueles que conosco a assistiam.

Um jantar após o cinema, como de praxe. A todo momento, me perdia em pensamentos e não conseguia sequer me concentrar naquele prato suculento que até hoje não sei o nome. Me perguntava se conseguiria mergulhar naqueles olhos vistosos, se deveria seguir em frente ou simplesmente desistir naquele momento e, assim, ter apenas mais um encontro.

Deveria ter desistido naquele dia mesmo. Teria sido bem mais fácil – mas quem disse que o caminho mais fácil é sempre melhor que o da dor? – Na verdade, se assim o tivesse feito, hoje estaria me questionando se teria dado certo e se ela teria sido o grande amor da minha vida. Bem, isso não aconteceu. Alguns meses se passaram e a lição que pude tirar deles é a seguinte: “Menos com menos dá mais” apenas na multiplicação matemática.

Fim.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sem nexo!

Desculpem-me os normais!Não gosto de dias assim.
Pode ser paradoxo, mas prefiro algo ruim, que me faça refletir, a passar o dia todo como se não houvesse vida lá fora.
Pode ser não, eu sou um paradoxo de fato e de direito. Acho, como quase todos, que reclamo de tudo.
O grande problema é que às vezes falta vida na vida. E se falta vida na vida, ela já não é mais a mesma.
E se for nessa vida incompleta que falta mais vida incompleta? Vai chegar ao nada em seu ciclo vicioso. Que loucura!
Como em um jogo “resta um”, me sinto como aquele pino no meio do tabuleiro, esperando a sua grande chance (de ser lembrado, visto, percebido). Ora, mais que chance? Pois assim que o atingirem, dirão: Ganhei! Resta um.

E nada mais.

Ficará ele para sempre como aquela coca-cola de uma semana na geladeira. Como a comida fria e sua falta de atrativo. Como os intermediários, os medianos. Como eu, sem saber o que fazer, ou pior, sem saber “escreviver”.