terça-feira, 4 de maio de 2010

O rumo




Havia um menina. Uma menina e um objetivo. Construir um muro.
Desde quando, não lembrava. Sabia somente que era a sua meta. O muro.
Dia após dia, ia colocando tijolo por tijolo. O cimento também ela preparava. Com água, com suor, com lágrimas, por vezes. E o muro ia crescendo.
Vez em quando chovia e ela parava a construção. Cobria o muro em crescimento com uma grande lona, tentando protegê-lo da intempérie. Então esperava pacientemente o sol sair, secar o tempo. Por vezes, o chão tremia e parecia que tudo ia desabar. Ela chorava e rezava para que o muro agüentasse a instabilidade. E mesmo assim, o muro ia crescendo.
Chegou a época que de tão grande que ficara, precisou de uma escada. E o trabalho aumentou. Sozinha, subia e descia carregando os tijolos para cada vez mais alto. As pessoas nem a viam mais. A menina escondia-se atrás da sua obra. Mas isso não importava. Ela apenas queria poder dizer para o mundo inteiro que havia construído o maior, o mais belo, o mais forte muro que já se havia construído.

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